Seguro de vida, morte de amiga: o que ex-marido de suspeita de matar a filha e a nora envenenadas falou à polícia
24/06/2025
(Foto: Reprodução) Ex-prefeito de Pontal (SP), Antônio Garnica foi ouvido como testemunha nas investigações sobre as mortes de Larissa Rodrigues e Nathalia Garnica na região de Ribeirão Preto. MP deve ajuizar denúncia nos próximos dias. MP de Ribeirão diz que vai denunciar à Justiça Elizabete e Luiz Antonio Garnica
A contratação de um seguro de vida e a morte de uma amiga por causas naturais foram mencionadas pelo ex-marido de Elizabete Arrabaça, investigada pela morte por envenenamento da nora Larissa Rodrigues e da filha Nathalia Garnica, durante depoimento à Polícia Civil nesta terça-feira (24) em Ribeirão Preto (SP).
Chamado como testemunha, o ex-prefeito de Pontal (SP), Antonio Garnica, que é pai do médico Luiz Garnica, também investigado no caso, afirmou que, enquanto foi casado com Elizabete, soube que a mulher havia contratado uma apólice de seguro de vida no nome dele sem seu conhecimento prévio, o que na época foi entendido com naturalidade, diferente de hoje.
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"No momento, ele acreditou que seria algo pra resguardar, caso algum mal acontecesse a ele. Hoje ele tem outra convicção e que aquele seguro de vida o tornaria mais uma vítima", afirmou Julio Mossin, advogado de defesa de Luiz Garnica.
Durante o depoimento, segundo Mossin, Antonio Garnica também mencionou que uma amiga de Elizabete, com quem ela tinha uma dívida, morreu por causas naturais pouco depois de encontrá-la.
"Um outro ponto importante que ele trouxe pra nós seria um novo caso que a senhora Elizabete tinha uma dívida com essa pessoa, fez uma visita para essa pessoa e no outro dia uma mulher também acordou morta. (...) Porém, eu preciso ressaltar isso, são elementos que estamos levantando sem de fato apresentar qualquer acusação formal contra ela. São suspeitas que estão sendo levantadas inclusive pela própria família da Elizabete."
Advogado de Elizabete Arrabaça, Bruno Corrêa confirmou que o ex-marido levantou suspeitas sobre o envolvimento da ex-mulher na morte da filha, mas, para ele, a fala pode estar prejudicada pela relação conturbada entre os dois.
"Isso é versão dele, queira ou não, nesse momento ele entende que ela pode ter matado a filha dele, então seria natural ouvir, então eu entendo que a força do testemunho dele poderia ser ouvido somente como um informante, por ele querer ou não ter certa intenção de vê-la punida por um fato que pode ou não ter cometido", argumentou.
Além de Antonio Garnica, a Polícia Civil obteve nesta terça-feira o depoimento da filha de Elizabete Arrabaça e irmã de Luiz Antonio Garnica, Viviane Garnica. Entre outros pontos, ela citou uma dívida de R$ 320 mil que a mãe acumulava com financiamentos, segundo o advogado Bruno Corrêa.
À direita, Antônio Garnica, ex-marido de Elizabette Arrabaça, após prestar depoimento à Polícia Civil em Ribeirão Preto (SP).
Reprodução/EPTV
Mortes por envenenamento
A professora de pilates Larissa Rodrigues, de 37 anos, foi encontrada morta no apartamento em que vivia com o médico Luiz Antonio Garnica em Ribeirão Preto em 22 de março deste ano. O laudo toxicológico apontou envenenamento pela substância conhecida popularmente como "chumbinho".
O exame necroscópico descartou sinais de violência, mas apontou que ela teve lesões no pulmão e no coração, assim como a irmã de Garnica, Nathalia, que morreu aos 42 anos em fevereiro deste ano em Pontal, após um infarto, mesmo não tendo problemas de saúde aparentes.
Corpos de Nathalia Garnica e Larissa Rodrigues estão sepultados no mesmo túmulo, em Pontal (SP).
Reprodução/EPTV
Diante da proximidade das mortes, a Polícia Civil realizou uma exumação e a perícia nos restos morais de Nathalia concluiu que ela também morreu por ingestão de "chumbinho".
Elizabete Arrabaça é investigada tanto pela morte de Larissa quanto pela morte da filha, por circunstâncias ainda a serem explicadas. Já o médico Luiz Antonio Garnica é suspeito de participação na morte da esposa.
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A Polícia Civil e o Ministério Público suspeitam que um pedido de divórcio de Larissa, que pouco tempo antes havia descoberto uma relação extraconjugal do marido, pode ter motivado o crime. A sogra, por sua vez, foi a última pessoa a estar no apartamento da vítima antes da morte da professora.
Segundo o promotor Marcus Túlio Nicolino, uma denúncia por feminicídio contra os suspeitos deve ser formalizada à Justiça nos próximos dias. Luiz Antonio Garnica e Elizabete negam envolvimento nas mortes.
O médico Luiz Antonio Garnica e a mãe, Elizabete Arrabaça ribeirão preto
Arquivo pessoal
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