Psicóloga de Indaiatuba diz que perdeu R$ 3 milhões em empréstimos e carros em 'golpe do amor'
09/06/2025
(Foto: Reprodução) Vítima que mora em Indaiatuba (SP) esteve com Rodrigo Coelho apenas quatro vezes em três anos, segundo suas advogadas. Criminoso foi preso em flagrante. Defesa alega que empréstimos tinham contratos. Golpe do amor: mulher de Indaiatuba perde R$3 milhões após ser enganada por estelionatário
Uma psicóloga de Indaiatuba (SP) alega ter pedido cerca de R$ 3,5 milhões após ser enganada por um estelionatário. O homem teria fingido manter um relacionamento com a vítima por três anos. Ela chegou a pedir empréstimos e comprar dois carros, que foram passados ao nome do estelionatário.
Rodrigo Magno Coelho, 52 anos, foi preso em flagrante na sexta-feira (6), em Hortolândia (SP). Ele foi detido pela polícia enquanto recebia R$ 10 mil da vítima. Segundo o advogado de defesa do indiciado, ele nega um relacionamento amoroso com a vítima, e diz que foram feitos contratos nos empréstimos - leia mais abaixo.
Segundo a vítima, Coelho disse ser "um advogado influente" logo que conheceu a vítima, uma psicóloga moradora de Indaiatuba. Os dois começaram a trocar mensagens depois que a mulher foi entrevistada em um canal de vídeos na internet, apresentado pelo homem.
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As advogadas da vítima afirmam que os pedidos de dinheiro começaram pouco tempo depois que a relação entre os dois ficou mais próxima.
Para conseguir dinheiro, ele dizia ter problemas familiares e financeiros.
Rodrigo Magno Coelho, 52 anos, foi preso em flagrante por estelionato, em Hortolândia (SP); segundo a vítima, uma psicóloga de Indaiatuba (SP), ela perdeu R$ 3,5 milhões no golpe em três anos
Reprodução/EPTV
Empréstimos
O relacionamento teve início em setembro de 2022. O prejuízo, segundo a psicóloga, é de aproximadamente R$ 3,5 milhões. A vítima fez empréstimos, no nome dela e de familiares, para transferir dinheiro ao estelionatário.
"Ele [dizia que] tava com problemas de pensão, que ele ia ser preso, e que precisava pagar mas não tinha dinheiro, e depois que ela pagou, ele falava assim: vai sair um dinheiro, e vou poder te devolver. Se me ajuda a pagar um dinheiro para o juiz acelerar o meu processo, porque a hora que eu receber eu vou te devolver esse dinheiro. Com isso, ele foi ganhando a confiança dela, para que ela fosse fazendo mais pagamentos", explica Mariana Castro, advogada da vítima.
Quatro encontros
📅 A psicóloga e o estelionatário teriam se visto quatro vezes antes da prisão em flagrante.
Uma quando se conheceram, depois em outras duas gravações de entrevistas para a internet e, em outra ocasião, quando a mulher foi levada até um cartório para assinar um documento de autorização para a venda dos dois carros comprados no nome dela.
🕵️A vítima contratou uma investigação particular e denunciou o caso à Polícia Civil. Segundo as advogadas de defesa, a psicóloga desconfiou do golpe porque o homem começou a ter comportamento agressivo e ameaçador nas mensagens.
O estelionatário já tinha passagens pela polícia e foi indiciado pelos crimes de estelionato e tráfico de influência.
"Ela ameaçava que se ela não fizesse isso, que iria com o agiota na parte da casa dela, que estava falou que estava devendo para agiota, que previsava pagar, para ela levantar o dinheiro para ele pagar. Quando ela começou a ter mais dificuldade para levantar o dinheiro, ele começou a ser mais agressivo. Ele deixa de tratá-la como uma amizade normal, e passa a virar uma obrigação, uma ameaça", destaca a advogada.
Segundo Mariana, a cliente está muito triste e só chora após o episódio. "Que sirva de lição para outras mulheres", completou.
O que diz a defesa do indiciado?
Rodrigo teve a prisão em flagrante convertida em preventiva.
O advogado de Coelho disse que ele e a vítima nunca tiveram uma relação amorosa, as transferências bancárias, segundo o defensor, foram empréstimos feitos com contratos, e o valor não teria passado de R$ 300 mil.
A defesa alega também que os dois veículos usados por Rodrigo, mas que estavam no nome da vítima, são financiados e que o cliente pagava as parcelas. Além disso, os carros teriam procuração que ao final do pagamento, ficariam em posse do investigado.
Psicóloga de Indaiatuba (SP) que denunciou o "golpe do amor" e perdeu R$ 3,5 milhões fez empréstimos e comprou dois carros para o suspeito, preso em Hortolândia (SP)
Reprodução/EPTV
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