Parque Estadual do Xingu abriga mais de 360 espécies de aves, incluindo raridades e espécies ameaçadas
11/07/2025
(Foto: Reprodução) Levantamento inédito feito entre 2021 e 2024 identificou espécies endêmicas da Amazônia, aves migratórias e animais ameaçados, reforçando a importância da área para a conservação da biodiversidade. Japuguaçu é uma ave que habita a Amazônia
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Localizado no município de Santa Cruz do Xingu (MT), o Parque Estadual do Xingu se revelou um verdadeiro refúgio para a avifauna brasileira. Um inventário recente realizado na região identificou 363 espécies de aves, incluindo animais ameaçados de extinção, espécies exclusivas da Amazônia e aves migratórias que cruzam o continente em busca de abrigo.
Os dados, que ressaltam a importância da unidade de conservação para a proteção dos ecossistemas e o equilíbrio ambiental, fazem parte de um livro sobre o Parque Estadual que será lançado em breve com diversas informações sobre o local, com detalhes minuciosos da diversidade da fauna e da flora.
O macuru-de-testa-branca (Notharchus hyperrhynchus) mede cerca de 26 centímetros de comprimento e pesa entre 81 e 106 gramas.
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Mais de 360 espécies e grande diversidade de famílias
Durante o estudo, que contou com expedições realizadas entre 2021 e 2024, foram registradas 363 espécies de aves, distribuídas em 69 famílias e 28 ordens.
A ordem Passeriformes foi a mais representativa, reunindo mais da metade das espécies detectadas. As famílias Thamnophilidae, Tyrannidae e Thraupidae se destacaram em número de espécies, evidenciando a riqueza de aves insetívoras e frugívoras presentes na região.
O anambé-azul é uma ave típica da Amazônia
Lorena
Espécies ameaçadas reforçam valor ambiental da área
O inventário identificou 17 espécies classificadas em alguma categoria de ameaça, segundo listas nacionais e internacionais. Entre elas, estão o jacamim-do-xingu (Psophia interjecta), o imponente gavião-real (Harpia harpyja) e o delicado cabeça-de-prata (Lepidothrix iris). A presença dessas espécies destaca a importância do parque para a conservação de animais em risco e a preservação de seus habitats.
Harpia é uma das aves presentes no Xingu
Kamila Prado
Amazônia, migrantes e endemismos brasileiros
Além das espécies ameaçadas, o levantamento confirmou a presença de 13 espécies endêmicas da Amazônia, como a araracanga (Ara macao) e o sete-cores-da-amazônia (Tangara chilensis). Também foi registrada a ema (Rhea americana), ave endêmica do Brasil.
O parque ainda serve de rota e abrigo para aves migratórias neárticas e setentrionais, que se deslocam do Hemisfério Norte para fugir do inverno rigoroso, como o maçarico-pintado (Actitis macularius) e a águia-pescadora (Pandion haliaetus).
Araracanga ocorre em toda Amazônia brasileira
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Espécies de interesse humano e conservação
O estudo identificou ainda 28 espécies de interesse econômico, seja pela caça para subsistência ou pelo potencial cinegético. Entre elas estão o mutum-de-penacho (Crax fasciolata) e a azulona (Tinamus tao). A detecção dessas espécies ressalta a importância de políticas eficazes de conservação e fiscalização para equilibrar as demandas humanas e a preservação ambiental.
O mutum-de-penacho é também conhecidocomo mutum-pinima e mutum-pinicha, nome que significa “mutum cheio de pintas”.
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O levantamento não apenas amplia o conhecimento sobre a biodiversidade do Parque Estadual do Xingu, mas também evidencia a necessidade de proteger áreas naturais que garantem a sobrevivência de espécies únicas e contribuem para o equilíbrio ecológico.
Os autores do estudo reforçam que novas expedições devem revelar ainda mais espécies, dado o potencial da região e a alta mobilidade da avifauna amazônica.
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