Intimidação, convites para sair e respostas em provas: como agia professor condenado por assédio e importunação sexual a aluno

  • 24/06/2025
(Foto: Reprodução)
Docente dava aulas em uma escola particular de Sertãozinho (SP) e praticou abusos entre 2021 e 2023. Sentença determinou pena de quase três anos. Cauê Fiorentino de Assis foi condenado por assédio e importunação sexual em Sertãozinho (SP) Redes sociais Os eventos que terminaram na condenação do professor Cauê Fiorentino de Assis por assédio e importunação sexual contra um ex-aluno duraram, pelo menos, dois anos, de acordo com as investigações do Ministério Público. A vítima era menor de idade quando tudo aconteceu. Siga o canal do g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Segundo a denúncia do MP, acolhida integralmente pelo juiz Hélio Benedini Ravagnani, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Sertãozinho, Cauê dava aulas em uma escola particular de Sertãozinho (SP) entre os anos de 2021 e 2023 e abordava o aluno, principalmente, nas dependências do prédio. O professor foi condenado a 2 anos, 9 meses e 10 dias de detenção por assédio sexual e 1 ano de reclusão por importunação sexual. A sentença, proferida no dia 12 de junho, é em primeira instância. Ainda segundo o MP, durante as investidas, Cauê se aproveitava da posição de professor para intimidar e perseguir o aluno e chegou a entregar uma prova já com as respostas para a vítima. (veja mais abaixo) Procurada pelo g1, a defesa de Cauê optou por não se manifestar sobre o caso. Por meio de nota, a escola disse que, assim que tomou conhecimento da denúncia, o professor foi afastado das funções, não integrando mais o quadro de funcionários. LEIA MAIS Justiça condena professor de Sertãozinho por assédio e importunação sexual contra aluno Na decisão, Ravagnani substituiu as penas privativas de liberdade por restritivas de direito. Isso significa que Cauê não será preso, mas terá de cumprir outras obrigações definidas pela Justiça. Veja a seguir a cronologia completa dos acontecimentos, conforme detalhado na decisão da Justiça: Início durante a pandemia (2021): O assédio começou nas aulas on-line, quando Cauê passou a fazer comentários inadequados a respeito do aluno e a interagir com ele por meio das redes sociais. Em julho de 2021, durante as férias, o professor enviou uma mensagem de cunho sexual pela plataforma de videogames do aluno. Retorno das aulas presenciais (2022): Com a volta das atividades presenciais, o comportamento do professor se intensificou. Ele passou a fazer piadas inapropriadas de cunho sexual em sala de aula, causando desconforto em toda a turma, o que levou a vítima a se ausentar das aulas para evitar os constrangimentos. Atos libidinosos em ambiente escolar (2022): Em um momento, durante uma aula prática no laboratório, Cauê passou a genitália e se esfregou nas costas da vítima. Após o incidente, a vítima procurou a coordenação da escola em meados de 2022, acompanhada de outros colegas, mas a resposta foi que "não era necessário levar isso para frente". Intimidação e continuação do assédio (2022): Com o retorno das férias, o professor começou a intimidar os alunos em sala, afirmando que sabia sobre as reclamações na coordenação. A vítima, buscando evitar o professor, se esforçava para faltar o máximo possível às aulas. Em agosto de 2022, o professor procurou o aluno alegando que ele havia faltado demais à matéria e que precisaria fazer trabalhos extras de reposição. Foi em uma dessas aulas, com a porta fechada, que o assédio atingiu um novo patamar e o professor teria praticado mais um ato, além de ameaçar a vítima dizendo para não comentar sobre a situação, pois ninguém acreditaria nela, já que "gostavam mais dele". A decisão é da 2ª Vara Criminal de Sertãozinho Reprodução EPTV Insistência e perseguição (2022-2023): Nos meses seguintes, o professor passou a questionar o aluno se ele "ficaria" com algum professor e chegou a passar respostas de provas para ele e uma colega. Ele também passou a insistir para que o aluno "ficasse" com ele, prometendo que "nada mudaria" e que ele não contaria a ninguém. Mesmo após a vítima mudar de escola em 2023, o professor persistiu na perseguição e o procurou novamente, enviando uma foto da academia com um convite para "treinarem juntos". No aniversário de uma das alunas, o professor novamente abordou a vítima do lado de fora da festa, questionando porque não eram mais próximos e o convidando para "dar uma volta de carro para conversarem", com a desculpa de buscar um refrigerante e a garantia de que "ninguém ficaria sabendo". Ao se recusar e tentar voltar para a festa, o aluno teve o braço puxado pelo professor, mas ele logo foi embora. Bloqueio e a busca por ajuda (2023): Após esse episódio, o professor continuou a enviar mensagens, o que levou a vítima a bloqueá-lo de todas as redes sociais. Cauê também criou novos perfis para tentar manter contato. Em outra ocasião, um colega ligou para a vítima dizendo que o professor gostaria de falar com ela para "conversarem e entender tudo o que aconteceu". Nesse período, uma colega já havia relatado situações semelhantes envolvendo o professor. Ainda neste ano, o aluno foi procurado por colegas, que pediram a ajuda dele para denunciar o professor, ocasião em que ele enviou todos os "prints" que tinha para as colegas e conversou com seus pais sobre tudo que aconteceu. VÍDEO: Como curar o trauma do abuso sexual? Infância despedaçada: como curar o trauma do abuso sexual? Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

FONTE: https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2025/06/24/intimidacao-convites-para-sair-e-respostas-em-provas-como-agia-professor-condenado-por-assedio-e-importunacao-sexual-a-aluno.ghtml


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