Empresário se entrega e número de presos chega a oito em operação contra desvios milionários na Apae de Bauru

  • 04/12/2024
(Foto: Reprodução)
Mandados de prisão e de busca e apreensão foram cumpridos nesta terça-feira (3) como parte da investigação que é realizada em paralelo ao inquérito que apura o desaparecimento e suposto assassinato da secretária executiva da entidade. Filha, irmã, cunhado e o ex-marido de Cláudia Lobo, desaparecida desde agosto, já foram presos. Presidente da Apae, 9º investigado, já estava preso. Operação prende suspeitos de envolvimento em desvio de verba da Apae de Bauru O empresário Felipe Figueiredo Simões se apresentou à polícia na manhã desta quarta-feira (4), na delegacia de Pirajuí (SP), após ser procurado na operação contra desvios de recursos na Apae de Bauru (SP). Ele passou por audiência de custódia no local e permanece preso. 📲 Participe do canal do g1 Bauru e Marília no WhatsApp Além de Felipe, os outros sete detidos na operação, realizada na terça-feira (3), também passaram por audiência de custódia nesta manhã, após ficarem a noite na Cadeia Pública de Avaí (SP) e continuarem sob custódia. Saiba quem são os presos durante a ação contra desvios milionários A operação, deflagrada pela Polícia Civil, investiga um esquema de desvios de recursos que afetou a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Bauru (SP), que resultou em prejuízos milionários. O inquérito foi aberto em paralelo à investigação do desaparecimento e suposto assassinato da secretária executiva da entidade, Cláudia Lobo, em agosto deste ano. Foram expedidos 9 mandados de prisão entre funcionários da Apae e familiares de Cláudia. Um dos mandados foi expedido contra o ex-presidente da entidade, Roberto Franceschetti Filho, que está preso desde o dia 15 de agosto, suspeito de ter matado a secretária executiva. Celulares, joias, carros e outros itens foram apreendidos pela polícia em Bauru Anderson Camargo/TV TEM Também foram realizados bloqueios de bens de pessoas físicas e jurídicas envolvidas no esquema. Os detidos são investigados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Além das prisões, foram apreendidos oito veículos, jóias, dinheiro e armas não registradas que pertenciam a um dos envolvidos. A Justiça autorizou a quebra do sigilo bancário dos investigados nos últimos cinco anos, a fim de identificar o montante exato dos desvios. As investigações apontam que os suspeitos atuavam há vários anos, e a polícia acredita que os desvios podem estar relacionados ao desaparecimento de Cláudia Lobo, ocorrido em agosto deste ano. LEIA TAMBÉM Operação da PF contra desvio de dinheiro público apreende aparelhos eletrônicos em organização social de Sorocaba Saiba como hacker ajudou polícia a impedir estupro de adolescente e prender suspeito Homem é preso por venda clandestina de anabolizantes e medicamentos em Marília A Apae de Bauru segue prestando seus serviços nas áreas de assistência social, educação e saúde, enquanto a instituição realiza a perícia contábil e financeira sobre o período da gestão do ex-presidente da entidade. Foram apreendidas armas, munições e dinheiro na operação que investiga desvios na Apae em Bauru Anderson Camargo/TV TEM Suposto assassinato Em paralelo a essa investigação, a Polícia Civil também concluiu o inquérito em relação ao desaparecimento e suposto assassinato de Cláudia. Em coletiva de imprensa realizada no dia 26 de agosto, a polícia confirmou que Cláudia foi assassinada por Roberto Franceschetti Filho, porém, o corpo da secretária ainda não foi localizado. Segundo as investigações, Cláudia foi morta com um único tiro disparado pelo ex-presidente da Apae dentro do carro da entidade, antes de o veículo ser abandonado na região do bairro Vila Dutra. Imagens de uma câmera de segurança mostram o presidente saindo do banco de passageiro e assumindo o volante, enquanto Cláudia vai para o banco traseiro. O carro permaneceu estacionado por três minutos, momento em que, segundo a polícia, Roberto disparou contra Cláudia. Após o crime, ele teria acionado Dilomar Batista, então funcionário do almoxarifado da Apae, a quem ameaçou para que ajudasse no descarte do corpo. Dilomar foi ouvido pela polícia e confessou ter ajudado a queimar o corpo de Cláudia sob ameaça de Roberto. O funcionário relatou que o corpo foi incinerado em uma área de descarte usada esporadicamente pela Apae e, quatro dias depois, ele retornou ao local para espalhar as cinzas em áreas de mata ao redor. No dia do crime, Dilomar assumiu o veículo que Cláudia dirigia e o abandonou na região da Vila Dutra, de onde ele e Roberto partiram em outro veículo da instituição. Desaparecimento de secretaria executiva da Apae completou três meses e nenhum indício de corpo foi encontrado Reprodução Câmeras de segurança e sinal de celular Mais de uma semana após o desaparecimento de Cláudia, um sinal de celular confirmou que Roberto esteve no local onde o carro da entidade usado por ela foi encontrado. O documento também menciona que o histórico de chamadas do celular de Roberto mostra movimentações na rodovia SP-321, que liga Bauru a Arealva (SP), e no local onde o veículo foi encontrado, no dia seguinte ao desaparecimento. Imagens de uma câmera de segurança divulgadas pela Polícia Civil mostram também o veículo que a funcionária da Apae dirigia circulando próximo ao local onde foi encontrado, no dia seguinte ao crime. Polícia Civil divulga novas imagens do carro que funcionária da Apae dirigia Buscas pelo corpo Ainda não há confirmação de que os vestígios de ossos encontrados no local indicado por Dilomar, onde Cláudia teria sido carbonizada, sejam realmente da funcionária. O material segue em análise no Núcleo de Biologia e Bioquímica da Polícia Científica de São Paulo. Durante as buscas, a polícia encontrou os óculos da funcionária, que foram reconhecidos por seus parentes. O exame balístico também confirmou que um estojo de pistola calibre 380, encontrado dentro do veículo no qual Cláudia foi vista pela última vez, foi disparado pela arma apreendida na residência do ex-presidente da associação. Polícia fez buscas por possível corpo da funcionária da Apae desaparecida, Cláudia Regina da Rocha Lobo Reprodução/TV TEM Suspeito preso e motivação A Polícia Civil confirmou que, no dia em que foi preso, Roberto Franceschetti Filho confessou informalmente que matou Cláudia, informação que orientou as investigações a partir dali. Antes de ser investigado como principal suspeito, Roberto tentou desviar as investigações, sugerindo que um familiar de Cláudia, que havia sido preso por tráfico, estivesse envolvido no caso, alegando que a secretária estaria arcando com dívidas desse parente. Ao mesmo tempo, a coordenadora financeira da Apae confirmou que Roberto liberava "adiantamentos" que eram registrados como pagamentos para fornecedores, sendo diretamente repassados para Cláudia. O computador de Cláudia foi periciado, e nele foram encontradas planilhas de contabilidade pessoal com indícios de inconsistências financeiras, incluindo valores em aberto relacionados a Roberto. A investigação concluiu que havia uma disputa de poder entre o ex-presidente da Apae e a secretária executiva. Segundo o delegado, Roberto era, na verdade, subordinado a Cláudia. Supõe-se que ela teria colocado o suspeito na presidência da entidade, e depois ele quis se desvincular dela. A Justiça de Bauru aceitou o pedido da 3ª Delegacia de Homicídios (3ª DH) da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) e decretou a prisão preventiva de Roberto Franceschetti Filho. O inquérito foi finalizado em 10 de outubro e encaminhado para o Ministério Público. No inquérito, Dilomar foi indiciado pelos crimes de ocultação de cadáver e fraude processual. Sua prisão foi pedida durante a investigação, mas negada pela Justiça, pois não foram encontrados outros elementos que justificassem a prisão preventiva, e os crimes pelos quais ele foi indiciado têm penas mais brandas. Ele segue sendo investigado em liberdade. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Cledson do Nascimento, má gestão, desvio de verbas e disputa de poder na Apae são apontados como possíveis motivações para o crime. Os dois suspeitos se tornaram réus e a primeira audiência do caso foi marcada para janeiro do ano que vem. Veja mais notícias da região no g1 Bauru e Marília VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

FONTE: https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/noticia/2024/12/04/empresario-se-entrega-e-numero-de-presos-chega-a-oito-em-operacao-contra-desvios-milionarios-na-apae-de-bauru.ghtml


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